21.4.08

A morte do jornal?

O futuro mostra nuvens escuras para os jornais impressos. É verdade, passados mais de 300 anos desde que saiu o primeiro jornal, esta mídia dá sinais de que está chegando aos estertores.

Vejam os fatos:

Em apenas 4 anos, os principais jornais impressos dos Estados Unidos acumularam uma queda de circulação diária da ordem de 1,4 milhões de cópias, acarretando numa perda geral de 10% da circulação. Gigantes como New York Times e Los angeles Times somam juntos 27% de perdas em circulação diária entre Setembro de 2003 e Setembro de 2007. Somente o San Francisco Chronicle perdeu 28.8% de sua circulação diária neste período.

Alguns não acreditam que os jornais impressos serão substituídos pelos jornais online, ao comparar as receitas de ambos os formatos. Os primeiros tiveram uma queda de 10% numa receita de US $10 bilhões, enquanto a receita dos jornais online está na faixa de US $ 0,8 bilhão.

Embora os jornais estejam perdendo leitores no formato impresso, muitos estão ganhando leitores em suas versões online. Se por um lado as receitas dos jornais impressos caíram 10% , as receitas de suas versões online subiram 21% nos últimos anos. O The New York Times, por exemplo, possui 13 milhões de leitores online e 1 milhão de leitores do jornal impresso, porém essa minoria de leitores do jornal impresso são responsáveis por 92% do seu faturamento.

Os jornais, impressos ou virtuais, ainda estão aprendendo a adaptar-se à uma nova realidade, onde sua influência e poder estão cada vez mais diluídos diante da imensa oferta de informação gratuita na internet.

Sempre que me telefonam para vender assinaturas de jornal, sou pego desprevenido naquele cabo de guerra com meu interlocutor. Desfio uma trama de desculpas para não assinar, digo que não tenho tempo, que não quero um mês de graça na minha porta, que não aceito brindes, bonecos de pelúcia nem ingressos para os jogos do campeonato brasileiro. Nada disso cala a pessoa do outro lado da linha. Percebo que somente um argumento faz com que ela desista de tentar me convencer:

"Obrigado, não quero assinar seu jornal. Leio notícias somente pela internet"

Sempre, sempre mesmo eles agradecem a atenção e se despedem. Parece que na cartilha dos vendedores não há contra-argumentos para este fato.

2 comentários:

Mauricio disse...

Sei que essa frase é lugar comum.

A única coisa constante é a mudança.


Um grande abraço

Anônimo disse...

Uma coisa me faz continuar com o jornal de papel: adoro banca de jornal. E de ler sentadão no sofá, ou no portão ou no banheiro.
Qdo acabar (se acabar) isso tudo vai fazer falta...