31.5.10

Artigo de Kofi Annan na Folha de São Paulo

Hoje, 31 de Maio estou lá na Folha de São Paulo acompanhando as palavras do Kofi Annan, ex-presidente da ONU, a respeito dos desafios contemporâneos da África. Leiam e vejam.




Somente hoje pude conferir o novo projeto gráfico do jornal  Folha de São Paulo.

Além de uma leitura mais confortável, temos agora imagens - fotos e ilustrações - com maior destaque na nova composição, o que certamente será um forte gancho para o olhar dos leitores.

Sabemos que a mídia impressa - em especial o jornal - enfrenta grandes desafios na competição com as as mídias digitais. Por isso a necessidade de evoluir sempre. Acredito que o caminho para sua longevidade passa não somente pelo conteúdo textual responsável e bem apurado (coisa rara no mundo da internet), mas também pela excelência do seu design e a força de suas imagens.

De minha parte, quando quero me informar com notícias, ainda não descobri nada mais prazeiroso do que manusear um jornal de verdade, passar os olhos sobre suas manchetes, sentir nos dedos a textura do papel e escutar o som amarrotado das suas páginas.

17.5.10

Desenho Dinâmico no SESC Pinheiros - SP











De volta de São Paulo onde estive participando de um dos maiores eventos já realizados no país sobre a arte da Ilustração. O Ilustre, promovido pelo Sesc Pinheiros, traz durante este mês de Maio oficinas, palestras e avaliações de portfolio com os maiores profissionais brasileiros da arte narrativa.


As minhas duas oficinas de desenho oferecidas pelo evento esgotaram suas vagas logo no primeiro dia de inscrição, o que me leva a pensar seriamente em retornar a Sampa com uma frequência mais habitual.


No domingo 16 de Maio (ontem), a oficina do Desenho Dinâmico atraiu um grupo com bastante entusiasmo e talento, a começar pela nossa modelo, Jully Campeão, bailarina contemporânea, praticante de Hatha Yoga e pesquisadora das artes do corpo (no grupo de performances Tutu-Marambá, de Sorocaba-SP). 


Jully, que nunca havia posado para artistas (palavras dela...) encarnou a essência da oficina apresentando poses super inspiradas, em intervalos que iam de 1 a 3 minutos. As 5 horas de prática voaram e o chão da sala logo ficou coberto de belos desenhos. 


Acredito que a experiência artística se consolida na repetição. É assim na música, onde escalas são repetidas exaustivamente, na arte dramática, onde diversos ensaios precedem uma apresentação. Da mesma forma acontece com o desenho.


O programa do Desenho Dinâmico traz uma proposta bastante original no ensino do desenho de observação. Foi nas aulas "Drawing on Location" (com Carol Fabricatore), oferecidas no mestrado em artes da School of Visual Arts, que primeiro travei contato com a prática de desenhos rápidos em nankim e pincel. A este programa acrescentei algumas invenções como a que fazemos com tinta branca sobre papel preto para aguçar a percepção das inter-relações figura/fundo. Nestas, o desenho surge através da pintura das "contra-formas" ou do chamado espaço negativo em torno da modelo.


Pincel e nankim não permitem o cagaço!



No Desenho Dinâmico não há espaço para hesitação, mas intuição e ousadia.


As poses são rápidas e a produção intensa. Foram centenas e centenas de desenhos, dos quais os melhores agora serão usados pelos artistas para seguir produzindo trabalhos de livre criação.


Espero que a experiência tenha servido para instigar os participantes sobre a importância de desenhar e muito. É justamente na produção "a granel" que aumentamos as possibilidades de encontrar caminhos interessantes na nossa expressão pelo traço.

Obrigado a todos que participaram. 

13.5.10

Dostoyevski

Entreguei esta semana os desenhos do livro "O Adolescente", do russo Dostoyevski. São 14 artes a grafite, bem no clima século 19, quando acontece a história.

Esta imagem é um detalhe, cerca de 20% de uma ilustração.


"O Adolescente" sai publicado pela Companhia das Letras.

2.5.10

Revista Ilustrar 16 pronta para baixar

Clique no título e baixe gratuitamente a melhor revista de ilustração do Brasil.


Muito além das belas imagens, a Ilustrar traz conteúdo relevante e compartilha a experiência de grandes ilustradores profissionais.

Participei da primeira edição e também da Ilustrar 11 com um passo-a-passo do livro 36 Vistas do Cristo Redentor. A partir da edição 12 passei a assinar a coluna nacional.

Para esta edição 16, sugeri o nome do veterano ilustrador Trimano, cujo trabalho impressionou de tal forma o editor da Ilustrar que acabou indo parar na capa. Espero que o mercado de ilustração nacional  reconheça o valor deste artista e o coloque novamente em evidência em suas publicações.

Esta nova edição traz também um artigo meu que fala do cisma entre ilustração e artes plásticas. Aqui vai um pequeno trecho.

"Durante um bom tempo, o pior dos mundos para um artista plástico era ter seu trabalho rotulado de ilustração. O termo era visto como altamente pejorativo e, no caso dos artistas que optassem pela veia figurativa, ser chamado de ilustrador era ter cocô de cachorro na sola dos sapatos da sua reputação. Um exemplo marcante disso é o que ocorreu com o artista Andrew Wyeth (filho do legendário ilustrador N.C. Wyeth), quando veio à tona sua belíssima série “Helga”, um verdadeiro tesouro da arte realista americana. Levado à capa de uma grande revista de arte, o rosto do artista tinha ao redor de si a manchete “Andrew Wyeth: gênio ou ilustrador?”."

A Ilustrar é, na minha opinião, uma revista para quem se interessa por conteúdo profundo e de qualidade. É alimento para a inteligência dos seus mais de 20 mil leitores.