21.12.07

O Fim do Mundo, ou melhor...

Ilustração do projeto pessoal Archetypal Zoo. que pode ser visto no meu site.

WHOA! Acalmai-vos. Juro que pegarei leve no tema.

Agora o assunto sobre o qual quero falar neste blog-para-meia-dúzia-de-amigos é o fim da espécie humana.

Já ia começar escrevendo "fim do mundo", mas isso seria uma tolice (embora tenha deixado assim no título pra aparecer mais na pesquisa do Google huehe...).

Pra começar: o mundo vai continuar aí sem a nossa presença, sem dúvida.

Vai continuar correndo o mesmo tempo, arredondando pedras, carcomendo ferros, moendo vidros e o que mais restar da nossa civilização.

Outro dia desses estava pintando uma arte e, como sempre acontece, meus pensamentos começaram a divagar por diversos assuntos aleatórios. Enquanto as pinceladas iam e vinham sobre o papel, vi-me envolvido na idéia do quanto aquele material é frágil (mas entenda-se aqui como "fragilidade" simplesmente "a pouca resistência ao tempo").

Pensei em seguida no quanto a nossa vida está registrada sobre suportes perecíveis e frágeis como o papel. Por quanto tempo durariam essas coisas todas aí depois que caísse o último sujeito responsável por manter o ar ligado?

Um livro impresso desses de hoje, caso fosse abandonado para sempre numa estante, duraria o quê, uns 200, 250 anos?
Quanto tempo durariam as HDs, CDs, DVDs, os sistemas magnéticos, fitas, discos, negativos, rolos e bobinas...

Então imaginei todos os meus backups juntos, esmerilhados lenta e inexoravelmente pelo tempo. Uma bosta de pensamento que me fez parar para tomar um arzinho.

Voltei à prancheta e novamente os pensamentos.
O que seria de toda essa informação e cultura que vai no lombo da miríade de i-pods, i-phones, e-books, e-gadget, e-this, e-that?!
"Como são frágeis os suportes que carregam o registro da nossa vida no século XXI !", pensei.

Então, as idéias tomaram uma direção contrária. Danei-me a tentar imaginar quais coisas continuariam por aqui após o fim da espécie humana.

Deixaríamos na Terra talvez os escombros dos arranha céus, o traçado das cidades, alguma coisa em concreto armado, aço - fosse das pontes ou dos prédios - e mais, plásticos e pneus petrificados, carcaças de um ou outro metal, umas esculturas do Henry Moore e do Richard Serra...

Seria isso suficiente para contar a história de quem realmente fomos?

5 comentários:

Anônimo disse...

Oi Alarcão,
Eu sempre achei que o fim da raça humana seria bom para o planeta hehe. Vendo as pessoas nas ruas , no trânsito, pelo menos aqui no Brasil, essa falta de educação e respeito, uns querendo passar na frente do outro. O ser humano é muito individualista pra pensar no meio ambiente. Só querem saber do seu dinheirinho.Vamos ver o que vem pela frente, eu sou pessimista com a raça humana.
abraços
Augusto

Anônimo disse...

Fiquei pensando aqui,
se um arqueólogo no futuro achar uma escultura do Richard Serra e não souber o contexto histórico. O que ele vai pensar da gente? hehe.
Nesse caso,sobre o outro tópico, acho que salvaria as pinturas de Picasso. Nelas o arqueólogo vai poder achar pistas do que aconteceu com a arte desde Renascimento, da pintura clássica, das máscaras africanas, esculturas ibéricas chegando ao Modernismo, até o expressionismo dos anos 50 e 60. A gente encontra tudo isso na pintura do Mestre. : )
abraços

Alarcão disse...

Falou e falou bonito. Gostei.

Anônimo disse...

Acho que a idéia de salvar o planeta é somente uma campanha publictária, boa até a proxima, onde salvaremos marte. Na verdade salvamos nossa propria bunda.Outras espécies já se foram daqui e a terra continuou, é muita pretenção nossa achar que a terra acaba se o homem acabar.

Alarcão disse...

ôpa, ninguém aqui falou que a Terra acaba com o fim do homem!
Já notaram que as empresas agora estão criando anúncios onde mostram o quanto são ecológica e socialmente responsáveis? Gastam mais em publicidade do que em mudanças de seus velhors paradigmas.
O Capitalismo provou ser o maior destruidor do planeta. Mas e a arte com isso? Tornou-se outra vítima dos vampirescos cifrões.
E tome de merda enlatada!