26.1.11

Conselho aos jovens artistas

Disse o pintor Chuck Close...










"O conselho que eu gostaria de dar aos jovens artistas, ou a qualquer um que se dispuser a me ouvir,  é que não fiquem esperando pela inspiração.
Inspiração é para amadores; os demais simplesmente se põem ao trabalho.
Se você fica ali esperando que as nuvens se abram e que um raio o acerte no meio do cérebro, provavelmente não irá produzir uma grande quantidade de trabalhos. 
Todas as melhores ideias surgem a partir do processo; elas vêm do próprio ato de trabalhar. As coisas lhe ocorrem.
Se você fica sentado tentando imaginar uma grande ideia para sua arte, pode acabar ficando sentado por um longo tempo até que algo aconteça. Mas se você simplesmente se põe a trabalhar, algo vai acontecer com você e talvez até aquele algo que você rejeitou pode acabar lhe conduzindo para uma direção diferente.
Inspiração é absolutamente desnecessária e enganadora. Você se sente como se precisasse daquela grande ideia antes mesmo de se por ao trabalho. Eu percebo que este quase nunca é o caso."


21 comentários:

Rodrigo_Marques disse...

Ótimo conselho...
Eu mesmo sou mestre em fazer isso...ficar esperando a inspiração(quem não é), contudo de uns tempos pra cá estou percebendo que ela você não espera e sim procura, corre atrás só assim produzirá obras realmente impressionantes e até melhor do que se tivesse ficado sentado horas e horas esperando...

Alarcão disse...

Rodrigo, uma correção: muitas vezes a gente procura, procura e não acha. Mas, vale lembrar uma das máximas do inventor Thomas Edison: "mesmo quando fracasso nas minhas experiências, sei que estou caminhando para frente".

Esqueci de dizer que o Chuck Close é quase um tetraplégico. Precisa ter os pincéis presos às mãos com aparelhos.

Diógenes Rodrigues disse...

poutz. isso me inspirou. obrigado.

Mauricio Takiguthi disse...

Muito boa essa frase.
Abs,
Maurício.

Mauricio Takiguthi disse...

Muito boa frase e ótimo o post.
Abs,
Maurício.

Edu Bruno disse...

Sem duvida nenhuma um exemplo a ser seguido, e realmente a maioria das coisas surgem do processo de tentativa e erro. Um antigo professor, sempre dizia que: Você só aprende realmente quando consegue ensinar. Acho que quando colocamos as coisas no papel, refletimos melhor sobre elas, tornamos concretas nossas ideias.

Alarcão disse...

Seu professor estava certo, Edu. Uma idéia na cabeça não é nada se permanecer habitando apenas aquele "éter imaterial". Só há criação quando transpomos as ideias para o mundo físico, tornando-as visíveis, palpáveis, enfim manifestas de alguma maneira apreensível pelos canais sensoriais.
Alguém demonstraria algum contra-exemplo a esta frase?

Rodrigo_Marques disse...

Perfeitamente Alarção...ótima correção... e muito bom o complemento com a frase de Thomas Edson, pois mesmo no fracasso de tentar encontrar algo adquirimos experiencia e evoluímos, só que em outros aspectos...

Éder Gil disse...

Muito bom mesmo esse post!
Um tempinho atrás eu tive uma idéia para uma hq, mas sempre ficava enrolando para coloca-lá no papel, pq ela ñ estava tão bem bolada na minha cabeça. Quando pensava nela, lembrava que era muito boa mas ñ sabia nem como começar, então deixava para outro dia. Até que um dia sentei e comecei a fazer assim mesmo. Foi ai que o TRABALHO começou a fluir. TRABALHANDO nela, começou a vir várias outras idéias para incrementar a história, que se eu ñ tivesse sentado para fazer, essas outras idéias jamais viriam.

abraço e fica com Deus

Daniel disse...

'Como as ideias brotam da mente eu nao sei mas me parece que favorecem aqueles que tem curiosidade/perplexidade e atração crônica aos problemas.' Traducao de uma frase do livro The Art of looking Sideways

Alarcão disse...

Daniel,
Este livro é muito bom. Comprei um exemplar e mandei enviar de presente para um amigo americano. Ele ficou super grato e disse que a leitura permitiu a ele finalizar trabalhos pessoais que há anos estavam apenas em estado embrionário nas páginas dos seus sketchbooks.

Daniel disse...

Alarcão, bom saber que tenho um livro que você daria para um amigo, realmente interessante. O conselho, de amigo também.

Fernanda disse...

Muito boa reflexão. É a velha história do 1% de inspiração x 99% de transpiração.
Foi exatamente o que senti quando coloquei as mãos na minha "caixa de Cornell", Alarca. O fazer deixou tudo muito mais divertido e várias ideias vieram à tona... Infinitamente mais produtivo do que quando estava apenas sentada rabiscando uns "projetos" ideais, antes de começar...
Valeu! Bjs

miguel dias disse...

muito bem dito
concordo inteiramente com o que aqui foi dito, a inspiração vem do trabalho.

sou um grande apreciador da sua forma de desenhar, tenho um livro, o Hidden Art of Sketchbooks and illustrators onde aparece o seu desenho da caveira, para mim está fenomenal.
eu tambem desenho, não tão bem, mas se puder passe por thesearemydrawings veja e comente os meus sketches, a maior parte são desenhos rápidos.

obrigado e continue com o excelente trabalho ate agora desenvolvido

miguel dias disse...

muito bem dito
concordo inteiramente com o que aqui foi dito, a inspiração vem do trabalho.

sou um grande apreciador da sua forma de desenhar, tenho um livro, o Hidden Art of Sketchbooks and illustrators onde aparece o seu desenho da caveira, para mim está fenomenal.
eu tambem desenho, não tão bem, mas se puder passe por thesearemydrawings veja e comente os meus sketches, a maior parte são desenhos rápidos.

obrigado e continue com o excelente trabalho ate agora desenvolvido

Anônimo disse...

O pintor está certo, mas acho eu que inspiração não é necessariamente apenas uma grande idéia e claro, não somente para amadores. Mas trata-se também de momentos, emoções, estado de espírito, etc... A arte é algo misterioso, pode ser desenvolvida durante um processo prático, uma caminhada, uma música ou até mesmo de um insight que surge no mais profundo tédio. Se a arte tivesse uma "lógica" ela não seria tão maravilhosa como é.

Roger Bassetto disse...

Essas palavras do Chuck Close são tão especiais que deveriam estar escritas bem grande na nossa frente, todos os dias, para não esquecermos jamais.

Fernanda disse...

Boa ideia. Por que não escrever na parede do ateliê? ;)

Elias Silveira disse...

Mais uma vez, perfeito!!... não costumo deixar comentários, mas sempre passo por aqui para que vc plante uma semente, a cada texto/post, dentro da minha caixa encefálica. E tenho colhido bons frutos, pois as tenho cuidado com muito zelo. Obrigado mais uma vez! E Chuck Close é, que me perdoe a palavra... pura inspiração!
Forte abraço, Mestre!

miguel disse...

Alarcão, adoooro desenho, mas não tenho, infelizmente, aquela facilidade natural (ou talento) que certas pessoas tem. É possível ser um bom desenhista (disse bom, não grande) fazendo cursos e treinando muito? Cheguei a fazer um curso rápido em Sampa (moro no interior do Estado de SP) que usa o método Betty Edwards e notei alguma melhora, mas ainda não foi suficiente. Vale a pena insistir?
PS- Se eu morasse no Rio (ou bem mais próximo) certamente faria um(ns) curso(s) com você. Não existe a remota possibilidade de você ministrar um curso aqui no interior de São Paulo, região de São José do Rio Preto?

Neri Ribeiro disse...

Ótimo post, falou tudo e disse! A grande maioria dos trabalhos que faço, seguem essa lógica, até para escrever funciona dessa maneira, se não colocarmos, seja no papel, no programa do computador, no guardanapo, ou seja lá onde for, para começar a aparecer os primeiros traços, o trabalho começa a fluir, aparecem novas idéias, mexemos aqui, ali e no final tudo fica totalmente diferente do que tínhamos imaginado na cabeça, muitas vezes, deixo pra continuar no outro dia, e vai surgindo novas idéias quando remexemos tudo aquilo que foi feito no dia anterior, ficando cada vez melhor... E pode ter certeza, que no final, tudo dá certo...