1.7.08

O Goya que não é mais



Quando eu era criança havia na biblioteca da minha casa uma série de fascículos sobre pintores chamado "Gênios da Pintura".

Passava longas horas entretido com aquelas páginas de tamanho generoso e cujas reproduções eram pra lá de razoáveis. Dentre as obras que deixaram uma marca mais profunda na minha memória estava "O Colosso" de Goya. Até hoje considero-o uma das pinturas mais sensacionais de todos os tempos.

O Colosso representa um gigante enfurecido que ameaça uma cidade e foi considerado uma das mais poderosas metáforas visuais sobre a guerra da independência de Madri de 1808, quando a cidade se rebelou contra a invasão napoleônica.

Pra mim era apenas um gigante enfurecido, incrivelmente real e ameaçador. Não se parecia nada com aquele gigante desajeitado e comilão que foi derrotado pelo alfaiate Mickey Mouse.

O gigante de Goya era um psicopata de mais de quinhentos metros de altura.

Agora descubro pelo site da BBC que o famoso gigante de Goya não foi pintado por Goya!

Meu mundo (fantástico) caiu.

5 comentários:

Anônimo disse...

Eu vi a matéria também, só não sei o que acontece depois, a obra deve desvalorizar (imagino).
Quêm será que foi o gênio que pintou essa obra?

Alarcão disse...

Quem teria pintado? Ora, está na matéria:

"a principal pista de que O Colosso não seria de Goya foi um inscrição quase apagada encontrada na obra,com as iniciais AJ.

"Asensio Juliá, nascido em 1760, foi um dos poucos colaboradores de Goya, que viveu que viveu de 1746 a 1828."

Anônimo disse...

rs
meu comentário foi do típico "brasileiro leitor de manchetes na porta da banca de jornal", só agora acessei o link da bbc, me expressei mal no comentário anterior, tinha visto uma nota na tv sem qualquer profundidade.

elcerdo disse...

O estranho é que o Gigante só possue um toquinho de pernas, ou estaria ele de joelhos?!

Alarcão disse...

O gigante possui pernas normais. É somente uma questão de diferentes pontos de fuga. A cidade fica em um planalto, e ele está lá do outro lado das montanhas, com os pés ao nível do mar.