Este ano estive em Juazeiro do Norte, no Ceará, a convite da Universidade Federal do Cariri (conto depois como foi a oficina do Diário Gráfico por lá).
Aproveitei a ocasião para conhecer as tradições locais, em especial a meca dos devotos do Padre Cícero. Resolvi então subir a pé uma longa ladeira que serpenteia pelo morro até o Memorial do Padim Ciço, onde há uma estátua gigante do homem.
Já bem alto na ladeira encontrei uma velha senhora tomando um solzinho na porta de casa. Parei para descansar e aproveitei para bater um papo enquanto fazia uns desenhos e batia umas fotos com meu celular. Uma bisneta contou que ela estava se curando de uma pneumonia, e nada melhor do que o sol da manhã e um suquinho de acerola.
A velha tinha a risada mais maravilhosa desse mundo, sonora e divertida, e também adornada por apenas um par de dentes. Contou-me que foi batizada pelo próprio padrinho (e eu fiquei a pensar se todas por ali diziam a mesma coisa para os turistas...)
De volta ao estúdio em Niterói (RJ), fiz uma aquarela a partir de uma das fotos daquele encontro.
PS.: Agora me recordo que prometi enviar uma cópia para a família! Antes tarde do que nunca, vai pelo correio na segunda-feira.
Com ar novo para encarar a parte final da ladeira ao Memorial do Padim, despedi-me da vovozinha e da família, que aprovou os croquis do meu sketchbook.
"Vovó está quase cega, moço", disseram-me, "não vai poder ver como seu desenho ficou".
5.8.12
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2 comentários:
Apesar da idade, vi ela nascer (a aquarela, claro). Ficou muito bonita, muito realista. Show!
Pô, que história massa. Do caramba essa ilustra. Parabéns.Bacana também saber que vovó tinha a "a risada mais maravilhosa do mundo".
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